A criminalidade no Rio de Janeiro tomou proporções inacreditáveis. Mas tudo devido a uma política pública irresponsável e populista, que, nos últimos 40 anos, deixou na mão dos narcotraficantes o estabelecimento das politicas de atendimento social que os governos não fizeram.
A única saída para esta situação é a educação, mas essa leva 20 anos para dar resultado.
Precisamos olhar a situação com visão administrativa, estabelecendo um planejamento de curto, médio e longo prazo. Com três itens fundamentais: educação, segurança e emprego.
Quando o governo Brizola implantou 500 CIEPs, com capacidade para mil alunos cada em dois turnos, com educação, alimentação e saúde, deu um grande passo, mas retirou a polícia das favelas. Deixou-as ao domínio dos narcotraficantes.
Nessa época estava fazendo estágio no Rio e estudando na Fundação Getúlio Vargas à noite. Conheci a favela da Rocinha por dentro, junto com um colega que trabalhava onde eu fazia estágio.
A população das favelas, em sua maioria, 95% a 98%, são pessoas de bem, trabalhadoras e com princípios morais fortes. Controladas e escravizadas por traficantes, que fornecem segurança, tv a cabo, gás, água, luz, saúde, licença para sair e entrar, para trabalhar fora, etc. Ninguém mexeu com isso, os políticos deixaram a situação ficar insustentável.
Quando houve a invasão das favelas para expulsar os marginais e colocar as UPPs, não foram tomadas medidas de apoio social, que seria a segunda parte da tomada. Os espaços continuaram existindo para os marginais. Como disse anteriormente, se não tomarmos várias atitudes juntas, não resolveremos o problema.
A intervenção federal vai mascarar por 10 meses o problema. Se tomarmos outras medidas juntas, poderemos começar a resolver. Mas é necessário tirar as crianças da rua com implantação de centenas de CIEPs para quebrar este círculo vicioso, e dando oportunidades a essa meninada que, se não for para a escola de tempo integral, com comida, educação e saúde, vai ser adotada pelos traficantes. É preciso também gerar empregos (trabalho), porque o que torna o homem um cidadão é a capacidade de gerir sua própria vida. É a capacidade de trabalhar, e não de receber esmola para votar em fulano ou beltrano. Levar postos de saúde ao encontro das comunidades. Com qualidade a agilidade.
Criar centros de convivências e lazer em todas as comunidades e deixar eles próprios gerirem. Incentivar os trabalhos pela comunidades constante. Criar cursos de readequação às novas profissões.